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Criativize-se! (revisitado)



Você é daquelas criaturas que acham que não tem nenhuma criatividade? Ou que veem uma apresentação e ficam pensando: “caramba, de onde esse cara teve essa ideia?” ou “Como ela conseguiu pensar nisso?”

 

Ser criativo ou criativa deixou de ser uma habilidade secundária. Diante dos crescentes desafios do mercado de trabalho, a criatividade é uma comodity mais que fundamental.

 

Eu e o Gustavo trabalhamos, há mais de uma década como professores em cursos de graduação e pós-graduação e sempre tivemos a preocupação em aplicar conceitos de design visual às nossas aulas e palestras. Fato que nos trouxe uma visibilidade e uma projeção que nunca imaginamos ou mesmo desejamos dentro e fora da universidade.

 

E essa experiência nos trouxe um aprendizado importante pra nós: o CONTEÚDO da deve sempre prevalecer. O que importa, DE VERDADE, é o que você tem a falar. O conteúdo é Rei, já ouviu isso? Pois é.. E é mesmo.

 

Mas, do mesmo modo, também não há dúvida de que um material bem-organizado, visualmente agradável e coeso do ponto de vista de IDENTIDADE VISUAL ajuda a manter a atenção dos ouvintes e, PRINCIPALMENTE, facilita o ENTENDIMENTO da mensagem que você quer transmitir.

 

Sim! É possível ser criativo na comunicação em qualquer área do conhecimento. Na verdade, é necessário.

 

É muito comum ouvirmos, tanto dos nossos clientes na APRESENTHE, que não são pessoas criativas. Como se criatividade fosse uma característica inata.

 

A verdade é que ninguém nasce criativo. Coloque na cabeça de uma vez por todas que criatividade NÃO É DOM, mas sim uma HABILIDADE. Portanto, como qualquer outra habilidade, pode ser treinada e aperfeiçoada.

 

Como diria Nelson Rubens, “OK, OK”. Mas como fazer isso? Tá bom. Sei que se você tem menos de 30 anos, provavelmente não pegou essa referência. Mas isso também é parte do que quero falar sobre criatividade.

 

Olha só... Costumamos definir criatividade como o resultado de dois fatores fundamentais: REPERTÓRIO e PRÁTICA.

 


Quanto maior o nosso contato com informações culturais, técnicas, artísticas, seja na nossa área de atuação e, especialmente em áreas diferentes da qual estamos acostumados, maiores e mais diversas serão as nossas REFERÊNCIAS e, portanto, maior será o nosso repertório.

 

Não falo somente de livros acadêmicos, artigos e pesquisas, que têm, claro, importância direta na formação do conteúdo técnico do seu material; mas também de cultura pop, séries, filmes, músicas, podcasts, canais de Youtube, perfis em redes sociais...

 

Mesmo situações pessoais cotidianas podem ser fontes de conteúdo muito interessantes para se explorar. Enfim... elementos culturais contemporâneos que permitam, a você, relacionar conceitos e imagens entre os mundos acadêmico e “popular”, digamos.

 

Quer um exemplo? Um trejeito, uma característica ou uma expressão do personagem de uma série pode representar exatamente o que você gostaria de falar sobre um conceito ou material.

 

Há algum tempo assisti ao filme “o poço”. Lá, um dos personagens termina suas frases com a expressão “óbvio”, em um tom meio sarcástico. É um traço marcante da personagem que, quem assistiu ao filme, certamente vai se lembrar.

 

Muito bem. Por que não usar a mesma ideia aplicada a um conteúdo específico da sua apresentação? Quem assistiu ao filme, certamente vai fazer a conexão imediatamente e ser surpreendido. Quem não, ficará no mínimo curioso para saber do que se trata. Das duas formas, você quebrou a expectativa de quem o assiste e ganhou sua atenção naquele momento.

 

Ainda sobre repertório, um “meme”, um vídeo ou um áudio que esteja “circulando” pelas redes sociais pode se encaixar “como uma luva” na sua abordagem sobre determinado assunto ou mesmo na composição visual do seu slide.

 

Lembra da música do “meme do caixão”? Pois é... Não preciso nem mostrar a imagem, pois tenho certeza de que ela já se formou na sua mente. Relacionar seus conteúdos com a mensagem dos memes originais é outra “quebra de expectativa” que pode explorada. Além disso, nesse caso, você usa o elemento “humor” que, quase sempre, cai bem e traz a atenção de quem está assistindo.

 

Aqui só um cuidado importante. Procure sempre estar alinhado com o seu público. Se é um público mais jovem, busque se atualizar com o que está circulando nas redes, pois caso contrário vai soar mais como uma “piada do tio do pavê”, sabe? Uma coisa já ultrapassada e que você perdeu o timing... E o efeito é o inverso.

 

Outra fonte de referências pode ser uma situação pessoal, que aconteceu... ontem durante o almoço em família, sei lá! Uma situação inusitada ou mesmo comum pode servir de insight para uma comparação com algum aspecto de um produto ou conceito sobre o qual você quer falar.

 

As pessoas tendem a se identificar muito mais com você e seu conteúdo quando essas relações são exploradas. A identificação é quase imediata, em especial se incorporamos elementos como o humor, como disse antes, ou o suspense, por exemplo.

 

O repertório é formado a todo momento, desde que estejamos “abertos” e atentos a essas possíveis relações. Não é incomum fazermos essas associações de conteúdos na nossa cabeça, então por que não as colocar explicitamente no nosso material?

 

Mas aí você me pergunta: Será que cabe esse tipo de abordagem na minha aula ou na minha palestra? Claro que irá depender de uma série de circunstâncias, em especial o local, o momento e o seu público. Mas não tenha dúvida que, quando possível, um elemento inesperado ou surpreendente causa um impacto imediato em quem o assiste. Procure se arriscar um pouco!

 

Aí entra o segundo fator da nossa equação sobre criatividade: a prática.



É preciso colocar em prática seu repertório. Na sua cabeça, uma ideia não vale absolutamente nada e não tem impacto nenhum! Uma dica que eu costumo dar é a de ANOTAR. Escrever, mesmo. Ou gravar um áudio, se preferir. Registrar, na hora ou o mais breve possível uma ideia que você tenha pensado diante de uma referência. Se for uma imagem ou vídeo que você tenha visto, faça um “print” da tela ou salve o link para uma consulta futura.

 

Não deixe de registrar o momento. Depois que se cria o hábito, essa ação fica cada vez mais simples, quase automática, e poderá te ajudar bastante na hora de criar seu conteúdo.

 

Assim que tiver a oportunidade, construa um material com base nessas referências anotadas. Mesmo que você não saiba, de imediato, onde vai usá-la...

 

Minha sugestão é: monte uma apresentação no seu aplicativo preferido (Keynote, PowerPoint, Canva ou qualquer outro) e salve com um nome tipo “ideias aleatórias”, “referências gerais”, ou algo do tipo, e vá construindo slides a partir das anotações e registros das referências que colher.

 

Quando você precisar montar uma apresentação “pra valer”, abra também esse arquivo. Você vai ver o quanto fica mais fácil se lembrar dessas referências e fazer a associação delas com o seu tema de trabalho. Praticar é fundamental!


E você achando que criatividade era um dom divino, hein? Bora trabalhar pra essa divindade se manifestar... Criativize-se!



 
 
 

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